quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Subcomissão da Câmara que investiga coleta de lixo ouve subprefeito da Sé

O subprefeito da Sé, Amauri Luiz Pastorello, participou, nesta semana, da reunião da Subcomissão da Varrição e Coleta de Lixo, da Câmara Municipal, para esclarecer questionamentos a respeito do contrato com a empresa de limpeza urbana Construfert, responsável pela limpeza da região central da cidade.

A ideia do convite surgiu após os vereadores descobrirem que a Construfert não recebeu nenhuma multa no ano de 2009. “Todos sabemos como está a situação do Centro de São Paulo. As calçadas estão sujas, há muito lixo nas ruas. Empresas de outras regiões da cidade receberam até 300 multas”, afirmou Roberto Tripoli (PV), presidente da Subcomissão, criada, inicialmente, para “esvaziar” o pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os contratos da Prefeitura com as empresas, feito pelo vereador petista Donato.

Remy Benedito Silva Filho, que foi supervisor técnico de limpeza pública da Sé até setembro, informou que os fiscais registraram nove autuações contra a Construfert neste ano. “Fazemos a comunicação da irregularidade. Quem finaliza o processo e gera a multa é a Secretaria de Serviços”, afirmou ele. “Dentro do contrato a região está limpa”, concluiu Remy.

Indignado com a afirmação, Tripoli questionou o subprefeito da Sé se ele achava que o Centro da cidade estava limpo. “A área da Sé está suja. Nós temos grandes problemas na região. E o contrato traz dificuldades que pioram a situação. Por exemplo, muitos catadores de material reciclável rasgam os sacos e o lixo fica espalhado e o que não está ensacado não é recolhido na coleta”, reconheceu o subprefeito. A Vereadora Sandra Tadeu fotografou casos de lixo espalhado por calçadas da região central no final de semana e apresentou durante a reunião.

O problema da ação dos catadores, ainda de acordo com Pastorello, é intensificado devido ao horário de coleta do lixo no Centro. “Devido à restrição de caminhões, a coleta é realizada a partir das 22h. E os cidadãos colocam o lixo para fora até as 18h”, explicou.

O vereador Milton Leite (DEM), relator da Subcomissão, criticou a metodologia dos fiscais. “Não concordo com a fiscalização tato-visual, sem instrumentos de medição que é realizada pelos agentes”, disse Leite. Onze fiscais que se revezam em três turnos são responsáveis pela região central. Os parlamentares acreditam que o número é insuficiente. Para o subprefeito, nunca haverá fiscais suficientes se os frequentadores da região central não se conscientizarem. “As pessoas não entendem o centro como parte de suas vidas. Para elas é um lugar de passagem. Conscientização é melhor que fiscalização e penalização”, disse Pastorello.

Os onze fiscais serão convidados a prestar esclarecimentos na próxima reunião da Subcomissão que acontecerá na próxima quarta-feira, dia 21.

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